terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

[O Encontro entre Siegfried e Brunhild]


Capitulos anteriores:

Em seu caminho para o monte onde Brunhild estava adormecida em meio a um círculo de fogo, Siegfried segue o pássaro dourado em meio à floresta....

Em outro lugar....Odin vai buscar os conselhos sábios de Erda...a antiga Deusa. Ele pede ajuda para parar com algo que parece sem fim...um ciclo de destruição...a própria mudança do tempo. Mas Erda lhe diz que o tempo está passando....o dela já passou...e que agora o dele também passará. Inconformado, Odin sai da caverna onde a deusa se encontrava...deixando-a envolta em seus sonhos....enquanto se senta numa pedra para esperar pelo encontro...

Odin avista um pássaro dourado, que se assusta na mesma hora e voa para outro lugar. Da floresta surge Siegfried e se depara com um andarilho, que usa um chapéu de abas largas caido sobre um olho...e uma lança que usa como bengala (eu não me conformo como alguém poderia não ver o óbvio) . Siegfried e Odin começam a conversar, mas logo discutem, pois o jovem é imprudente e grosseiro...e o velho é orgulhoso. É então que Odin se revela, e diz que está ali para impedir que Siegfried consiga chegar até Brunhild...pois quando isso acontecer...ele perderá a virilidade e a força. Os dois lutam e Siegfried parte então a lança do avô em dois. Odin se ajoelha desolado...enfim seu tempo passou...ele então dá passagem à Siegfried para que encontre Brunhild.

Siegfried sobe o rochedo...e atravessa o fogo sagrado que circunda o local onde a donzela se encontra. As chamas tremulam e sobem ao céu sem lhe causar dano...ele encontra um guerreiro deitado sobre uma longa pedra, vestido por uma armadura reluzente, com a cabeça oculta por um belíssimo elmo (a armadura sagrada da valkyrja).
"Quem será o guerreiro que aqui descansa?", perguntou-se Siegfried, sem poder ainda atinar com o que verdadeiramente o esperava debaixo daquela armadura, pois jamais havia visto antes uma mulher.

Mas seu coração pela primeira vez bate num ritmo estranho...descompassado. "O que se passa em meu peito? Que sentimento é este que invade meu coração e faz meus joelhos fraquejarem?" pergunta-se sempre, enquanto tenta despojar o corpo que tem diante de si da sua armadura.

Siegfried retira primeiro o elmo, o que faz com que os cabelos dourados de Brunhild caiam em ondas por sobre a cota reluzente.

Um arrepio de espanto desenha-se em seus lábio, e é este mesmo sentimento que faz com que uma exclamação surda escape de sua boca:
"Este guerreiro é diferente de todos os outros!!"

Os prendedores da malha que mantem o peitoral p
reso resistem aos dedos de Siegfried, que decide usar de sua espada para cortá-los logo fora, tal é a ansiedade que o domina.
Tão logo consegue alcançar seu objetivo e retirar a armadura, o jovem é tomado por uma vertigem, pois é a primeira vez que seus olhos pousam sobre o corpo de uma mulher.
Assustado, Siegfried já pode agora dizer que sabe o
que é o medo, mas de outra natureza, posto que pode ser belo também.

Tomado por seus instintos, Siegfried beija os lábios rubros da antiga valkyrja. Após um longo tempo, Brunhild reabre lentamente seus olhos.
"Quem é você?" a valkyrja pergunta...ao que Siegfried dá-se a conhecer, revelando ser aquele que ousou atravessar as chamas apenas para poder despertá-la de seu sono.
Brunhild imediatamente, então, o reconhece, po
is já sabia da existência dele antes dele nascer (tendo ajudado a mãe e o pai do menino)-(o pai nem tanto por fim)-(ambos seus irmãos)

Apesar de feliz por ter sido finalmente retirada de seu longo exílio nas trevas por aquele jovem que tanto aguardava, mostra-se entretanto reticente quando o herói dá as primeiras mostras de seu desejo, pois tendo beijado-a uma vez, nem de longe espera ter sido a última.
Tentando preservar o último signo de sua divindade, Brunhild pede a Siegfried que se contenha, pois não devem levar adiante seus desejos.

Sem se dar conta ela revela seus próprios desejos, mas para se ver livre dos anseios de Siegfried, ela conta então toda a história de como veio a perder sua antiga condição de deusa para ser, a partir de agora, uma simples mortal.
Siegfried, no entanto, faz pouco caso de seu discurso, pois mortal ou imortal, deusa ou humana, o fato é que seu desejo arde com cada vez maior intensidade: Ele a despertou, portanto ela é sua noiva.

Brunhild sente o coração tomado de temores diante
do medo de perder a virgindade, a última lembrança de sua divindade...mas diante dos apelos de Siegfried, sua parte humana agora fala mais alto e ela cede, de uma vez, às carícias de seu salvador.

Após passar a noite juntos, Siegfried e Brunhild acordam para uma nova era, a despeito de qualquer destino nefasto que as Nornes teceram...Siegfried emerge da caverna vertido com as roupas, armadura e armas de Brunhild. Mas não apenas isso...a antiga valkyrja também transmitiu ao jovem que ela agora ama todo conhecimento de que era detentora. Brunhild cedeu tudo para Siegfried pois agora ela é apenas uma humana. Siegfried promete-lhe nunca esquecê-la.
Brunhild cede então seu cavalo Grane, e Siegfried entrega a ela o Anel dos Nibelungos como prova de seu amor.

Siegfried então parte para conhecer o mundo e rea
lizar proezas...e deixa Brunhild no alto do rochedo...com a promessa de que nunca se separarão...
Dias depois Siegfried entra nas terras do rei Gunther....o Anel dos Nibelungos no dedo de Brunhild toma então um brilho obscuro e sinistro......


^^...aguarde os próximos capítulos xD.



quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Amazônia Para Sempre...dois anos depois...


Em dois anos, artistas conseguem 1,1 milhão de assinaturas pela Amazônia
Abaixo-assinado pede cumprimento de leis de proteção à floresta.
Movimento é liderado por Christiane Torloni e Victor Fasano.


06/01/09 - 16h20 Iberê Thenório Do Globo Amazônia, em São Paulo

Ao completar dois anos no início de 2009, o movimento Amazônia para Sempre – liderado pelos atores Christiane Torloni e Victor Fasano – comemora a participação de 1.106.248 pessoas em seu abaixo-assinado. O documento pede o cumprimento do artigo 225 da Constituição, que elege a Amazônia como patrimônio nacional e diz que é dever do governo e da sociedade mantê-la para as gerações futuras.

Desde quando o abaixo-assinado completou um milhão de assinaturas, os organizadores tentam entregá-lo em mãos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Já pedimos uma audiência há meses, mas não é uma coisa fácil ser recebida pelo Presidente da República”, explicou Torloni ao Globo Amazônia.

Outra ação planejada pelos atores para chamar a atenção do governo é fazer uma vigília no Senado, passando uma noite no plenário. “Temos uma satisfação a dar para as pessoas que assinaram”, afirma a atriz.

Engajamento

Segundo Torloni, a idéia de lançar o movimento apareceu quando ela e Fasano participaram da minissérie Amazônia, que foi filmada no Amazonas e no Acre e contou a história de Chico Mendes. “Vivemos dois meses no Acre vendo desmatamento. [Por causa das queimadas] havia uma hora em que você não via nem luz do sol. Pensamos que alguma coisa deveria ser feita.”

Escrito pelo ator Juca de Oliveira, o abaixo-assinado conseguiu a adesão de grandes personalidades do mundo político e artístico. “Há uma relação maravilhosa com políticos, intelectuais, Academia Brasileira de Letras... Temos de Gisele Bündchen a Fernando Henrique Cardoso. Pelé assinou no final do ano e Roberto Carlos assinará no começo deste ano”, conta a atriz.

Pela internet

A maior parte das pessoas que se juntaram ao Amazônia para Sempre o fizeram pela internet. A adesão ao abaixo-assinado pode ser feita no site do movimento: www.amazoniaparasempre.com.br. Para que a assinatura seja válida, é necessário fornecer o número do RG, CPF ou título de eleitor.

[@]Retirado do jornal Globo Amazônia


Site suíço vai patrocinar reflorestamento de terra indígena em Rondônia

Europeus querem, com isso, compensar emissões de gás carbônico.
Árvores serão plantadas na terra dos índios suruís.

07/11/08 - 09h21 - Dennis Barbosa Do Globo Amazônia, em São Paulo

O site de notícias suíço Romandie.com fechou acordo com a Associação Metareilá Indígena Suruí para financiar o replantio de área desmatada na terra dos índios suruís em Rondônia.

A proposta é compensar as emissões de carbono geradas pelo funcionamento do portal. Cada visitante que o acessa é computado e a somatória é usada num cálculo que determina o valor da doação para que a associação plante árvores na Amazônia. Até o momento, segundo o placar que aparece no site, os 3,9 milhões de acessos registrados desde o início do mês de outubro já renderam pouco menos de mil árvores.

O repasse do dinheiro será trimestral, de acordo com a coordenadora da Associação de Defesa Etno-Ambiental Kanindé, Ivaneide Cardozo. A Associação presta assessoria aos índios suruís no plantio.

“Eles têm 7 mil hectares desmatados que querem reflorestar. Até agora, já foram plantadas 80 mil árvores”, explica Ivaneide. O objetivo é chegar a um milhão de árvores de 17 espécies nativas. Depois que a meta for atingida, segundo a coordenadora, o projeto não pára: a idéia é partir para áreas desmatadas da região.

A terra indígena dos suruís é a Sete de Setembro, em Cacoal (RO). Seu líder é Almir Suruí, que recebeu em Genebra, em 25 de outubro, um prêmio da Sociedade Internacional de Direitos Humanos, organização que atua em 26 países. O acordo com o site suíço foi fechado nessa ocasião.

[@]Retirado do Site Globo Amazônia
Romandie.com

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

[Mas o que aconteceu à Sieglind?]


Capitulos anteriores:

Desde que Brunhild foi deixada no alto do morro, cercada de chamas, esperando por alguém que não temesse Odin, se passaram muitos anos... Agora devemos nos perguntar: Mas o que afinal aconteceu à Sieglind???

Sieglind foi levada por Grane, o cavalo de Brunhild, para as imediações da floresta onde habitava Fafnir, o dragão. Depois de muito vagar, passar fome, frio e os perigos de estar numa floresta sozinha cheia de animais, lá ela foi encontrada por ninguém menos do que Mime, o irmão que foi escravisado por Alberich junto com todos os Nibelungos. Tendo fugido da tirania do irmão...Mime foi morar numa caverna na mesma floresta. Ele amparou Sieglind em seu refúgio, tornando-se seu protetor e amigo. Mime contou à Sieglind toda sua história (do ouro do Reno até a escravidão de seu povo e a loucura de seu irmão) e Sieglind contou-lhe também sua história...mas ocultou uma parte...que jamais teria contado se não tivesse sido obrigada pelas circunstâncias.
Estava chegando a hora de seu parto...e um pressentimento ruim tomava conta dela. Por fim quando chegou a hora, apenas Mime, seu amigo fiel, estava ao seu lado. Quando Sieglind deu à luz Siegfried, também gerou a morte para si mesma. Em seus momentos finais se viu obrigada a contar sobre o destino do filho para seu amigo Mime, o único que de um jeito ou de outro, estaria ali pra criar o menino. Ela contou à Mime que Siegfried era o escolhido...para reforjar Notung...matar o dragão Fafnir e retomar o Anel dos Nibelungos. Ao dizer essas últimas palavras, Sieglind fez Mime prometer que protegeria seu filho e estaria ao seu lado, ao que Mime confirmou que estaria sempre com ele....Então Sieglind deu seu último suspiro e morreu. Mime agora se volta para o menino que tem uma grande tarefa pela frente.


Siegfried vai de encontro ao seu destino

Mime realmente criou Siegfried com atenção, mas não sei se poderia chamar de carinho. Ele disse ao menino que era seu pai, e ocultou toda sua história. Com o passar dos anos, o jovem Siegfried odiava cada vez mais voltar para casa...pois não suportava a companhia de Mime, pra ele sempre um covarde.
Siegfried gostava de ficar na floresta, caçando animais e observando a natureza. Mime se dedicava à forja de espadas para o rapaz, mas as espadas, por serem feitas por um covarde, sempre se quebravam.

Um dia, Siegfried observou uma matilha de lobos e viu que os pais eram iguais aos filhotes....observando os animais, via que todo animal tinha um pai e uma mãe, e neles eram semelhantes...ao se curvar para beber água num regato, observou seu próprio rosto e viu que jamais poderia ser filho de Mime, e foi tirar satisfações com o pai. Após prensar o anão na parede pelo pescoço, finalmente ele ouviu a verdade, ou parte dela: Mime não era seu pai afinal...seu verdadeiro pai morreu numa batalha...sua mãe morreu ao dar-lhe à luz...e Mime a encontrou na floresta e cuidou dela, criando Siegfried após a morte de sua mãe. Seu pai havia deixado uma espada divina, feita em pedaços, para ser reforjada. Siegfried diz então que Mime tem até o anoitecer para reforjar a espada e sai para a floresta novamente...perdido em seus pensamentos depois dessa revelação.
Mime recebe então, a visita de um estranho andarilho...com um manto esburacado...um grande chapéu de abas largas caido sobre um dos olhos...e usando uma lança como bengala (errr xDD~~~Gandalf? ahahhahahah). Esse estranho andarilho propôs a Mime um jogo de adivinhações. Através desse jogo, o anão descobre quem deve reforjar a espada Notung, que ele jamais pudera reforjar...e esse não era outro senão "aquele que não conhece o medo". Indo embora o andarilho...que não era outro senão Odin (e quem mais ele poderia enganar com um chapéu cobrindo um olho e aquela lança super na cara? xD)...chega então Siegfried e surpreende Mime em seus pensamentos sobre o jogo de adivinhações. Então Mime pergunta a Siegfried: "você sabe o que é o medo?"...e Siegfried responde: "medo? o que é isso", assim Mime descobre que é Siegfried quem deve reforjar, afinal, a espada. Mime conta então sobre o dragão Fafnir, que guarda o tesouro e o Anel de Poder, e convencido de que agora sua vida tinha um propósito, Siegfried corre para a caverna para reforjar a espada. Enquanto Siegfried forja Notung, Mime prepara uma poção sonífera para dar a ele quando matasse o dragão e estivesse bem cansado e com sede. Assim Mime cortaria a cabeça de Siegfried com a própria espada do herói, e pegaria o preciossssssssssso para si (digo....o anel...xDD)-(eu não resisti poxa!).

Siegfried e Fafnir

Após reforjar a espada, Siegfried parte para o local onde o dragão está. Mime, sempre corroido e aprisionado por seu medo de tudo, e sua covardia, enche o saco de Siegfried com cautelas e cuidados. A única coisa que Siegfried quer saber é se o dragão tem coração, e se está no lugar habitual. O anão responde que sim, e Siegfried já de saco cheio deixa o pequeno covarde pra trás.
Quem está ali por perto pra observar todo o desenrolar da situação é Alberich, o forjador do anel, e Odin, o segundo possuidor. Fafnir o terceiro possuidor do anel está a adimirar seu preciosssssssso anel, extasiado com sua beleza. Fafnif se transformou em dragão com o elmo de Tarn, outro objeto forjado por Alberich com o ouro do Reno, mas por perceber que essa forma era muito mais imponente que a de um gigante...e muito mais poderosa...deixou de voltar ao normal...e acabou por ficar assim pra sempre.

Siegfried acaba por acordar o dragão de seus devaneios, e o dragão sai da caverna. Destemido, Siegfried parte para o ataque. O dragão derrama veneno por sua boca cheia de dentes do tamanho de punhais, sua calda dura como o aço tenta acertar o herói. O dragão pula para cima de Siegfried, que pula para o lado numa esquiva. Fafnir consegue agarrar Siegfried com suas garras, e abre a bocarra para fazê-lo em pedaços. Siegfried então corta a lingua do dragão, e este o larga urrando de dor. Então Siegfried sobe no rochedo e desfere um golpe na face do dragão...e enquanto esse se debate entre espasmos de dor e rugidos ferozes, Siegfried crava-lhe a espada no coração, até o cabo. O sangue do dragão espirra em jorro sobre ele, no mesmo instante uma lufada de vento faz voar as folhas das árvores, e uma delas cai sobre as costas de Siegfried. O sangue do dragão cobre seu corpo inteiro, menos sobre a folha que ficou depositada sobre seu coração na parte das costas. Tendo ferido a mão, Siegfried a leva até a boca instintivamente, mas como esta estava coberta com o sangue do dragão, Siegfried passa imediatamente a entender a linguagem dos pássaros. Um pássaro dourado o comunica que dentro da caverna existe o tesouro que é dele agora, e que tome cuidado com Mime, que planeja matá-lo. Quando Mime oferece-lhe o odre cheio de sonífero, Siegfried joga-lhe na cara e corta sua cabeça...o prêmio de sua perfídia.
Novamente o pássaro fala com Siegfried...e conta-lhe sobre Brunhild...no topo da colina...e Sigmund segue o pássaro para encontrar sua companheira.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Brunhild - A Valkyrja que desafiou Odin


Eu sou meio suspeita pra falar, mas essa é a minha valkyrja (valquíria) preferida. A história de Brunhild (lê-se Brunrrild) é uma das mais tristes e mais heróicas que eu já li. Eu disse que sou suspeita pra falar porque adoro os contos, mitos, animes e afins que contem sobre guerreiras...deusas...mulheres corajosas. Mulheres fortes, que destemidamente enfrentam seu destino, por mais obscuro que seja, com honra e dignidade. Mulheres que enfrentam injustiças...Mulheres que são exemplos. Brunhild (Brynhild- malha de aço), era uma valkyrja filha de Erda (a Deusa da Terra) com Odin (o Deus dos deuses do panteão nórdico). Ela e suas irmãs eram encarregadas de recolher as almas dos guerreiros corajosos, mortos em batalha, para levá-los ao magnífico palácio de Valhalla (valrralla), onde Odin os esperava para torná-los seus Einherjar (xD~~~"ainrreriar"), os guerreiros de seu exército, que lutariam na batalha final, o Ragnarok. A história de Brunhild faz parte dos contos sobre O Anel dos Nibelungos (diz-se que o Tolkyen se inspirou no tal anel pra fazer o "Um Anel"....naquele livro super-foda-blaster-do-caralho O Senhor dos Anéis)-(nossa...me empolguei xD~~~nem dá pra ver que eu adoro né? xD) Então antes de falar sobre ela....vamos dar uma olhada na história do anel amaldiçoado:


O Anel dos Nibelungos

Bom...a história começa no rio Reno...O fundo desse rio é recoberto de uma luz dourada, e três são as ninfas guardiãs dele (a loura Flosshilde, a donzela dos cabelos negros Wellgunde e a donzela de cabelos cor de fogo Woglinde)-(eerrr...sim xD cores da deusa). Então...um anão espiou as donzelas nas águas. Esse anão se chamava Alberich, um Nibelungo. As ninfas viram que o anão as observavam e tiraram um sarro. Woglinde o molha com a água do rio entre gargalhadas e o anão se decide, tentado pela beleza das ninfas, a entrar no rio pra mergulhar. Acontece...que como já é bem sabido em toda mitologia...que os anões adoram um certo metal em especial. Ao mergulhar no fundo do rio, o anão avista seu leito dourado...e seu coração se enche do desejo ganancioso de possuí-lo todo...inteiro para si.

-Ei, belas ninfas! - grita Alberich, rompendo outra vez a linha d'água. - Que ouro todo é aquele que se esconde no leito do rio?

-É o Ouro do Reno, seu tolo! - diz Wellgunde, num tom de desdém.

-Ora, e para que serve um monte de ouro escondido?! - exclama Alberich, sem nada entender.

-Para embelezar o rio e iluminar nossas almas.

-Você quer dizer que aquele ouro todo serve apenas para brilhar, enquanto vocês brincam aqui em cima?

-Exatamente, tal qual aquele outro - diz Woglinde, apontando para o Sol. "Que tolas!", pensa o anão, mergulhando outra vez nas profundezas.

Acontece que, determinado como estava a possuir aquele ouro, mas decidido a se certificar que era ouro mesmo, Alberich provocou as ninfas, que incomodadas deixaram escapar que
"Aquele que forjar um anel com o ouro do Reno poderá vir a ser o senhor do universo".

^^Bom...é lógico que agora nada mais pararia o anão ganancioso. Mas havia uma condição (que elas também deixaram escapar^^"crentes de que Alberich era um tolo apaixonado por elas.)...
"Apenas poderia forjar o anel aquele que renunciasse ao amor".
É bem verdade que ele era bem interessado nelas...mas no mesmo instante que ouviu isso...desapareceu qualquer amor que tivesse por elas...mergulhou no fundo do rio...renunciou ao amor...e roubou todo o ouro. Alberich chegou a forjar o tal anel, que também foi cobiçado por Odin, por gigantes...enfim. A história toda gira em torno de tomar posse do anel..."para a todos dominar". Após alguns trambiques do Loki pra conseguir o tesouro do Nibelungo, e de Odin pegar a parte dele...e usar pra pagar o resgate aos gigantes que construiram Valhalla e sequestraram Freiya, acontece que Odin desejou mais do que tudo o anel. Mas Erda, a Senhora da terra, apareceu pessoalmente para advertí-lo que a posse do anel seria sua desgraça. A contra gosto (imagine a luta interior), Odin deixou que os gigantes levassem todo ouro, o anel incluso. Os dois gigantes (q eram irmãos) já começaram a manifestar em seus corações o desejo de poder e cobiça terríveis que levam à morte qualquer um que cruze seu caminho(bem aquela coisa toda que acontecia com o "Um Anel")...e foi o que aconteceu. Fafnir, um dos gigantes, matou o próprio irmão Fasolt e pegou todo o tesouro para si (posteriormente ele se transformou, pelas artes do elmo de Tarn, outro objeto forjado com o ouro do Reno por Alberich, num dragão). Mas...como Odin não poderia pegar de volta o tesouro (ele só queria o anel), pois esse acordo pela construção de Valhala estava gravado em sua lança, ele decidiu que teria um filho com uma mortal, e esse filho reconquistaria o anel para ele. Esse filho se chamava Sigmund...e é nessa parte que entra a história da Valkyrja.


A Desobediência da Filha

Brunhild era a filha mais querida de Odin, mas todo esse amor era também uma posse. O objetivo de Odin era de que Brunhild ajudasse Sigmund a vencer o duelo com seu inimigo Hunding, mas seus planos foram por água a baixo. Frigga, a esposa de Odin, foi tirar satisfação com o marido por causa não só do adultério e a afronta a sua dignidade como esposa, tomando uma mortal para ser mãe de um filho seu; Sigmund encontrou sua irmã Sieglind, esposa de Hunding, e por ela se apaixonou perdidamente, tendo os dois se amado ainda na sala da casa de Hunding, enquanto esse dormia drogado. Exasperada...Frigga não podia permitir que sua dignidade como Deusa do matrimônio fosse ultrajada desse jeito (alguém mais lembrou de Zeus e Hera? xD). Bom...Frigga exigiu que Odin matasse o próprio filho. Eles discutiram, cada um irredutível na sua decisão. Por fim, percebendo que a razão estava com Frigga, Odin comunica a Brunhild que ela deverá matar o próprio meio-irmão, ao invés de protegê-lo. É lógico que Brunhild discorda, pois sabe que Hunding é um homem vil, e como poderia ela matar o próprio filho de seu pai?? Odin se mostra irado com a teimosia da filha e a manda embora...para o local onde a batalha teria início.

Brunhild se dirige para o local com o coração semelhante às nuvens tempestuosas que cobrem o céu por onde a valkyrja cavalga. Ela respira o ar benéfico da chuva para buscar alguma luz em sua alma...

Hunding era um canalha que fazia parte do bando de homens que uma vez tinha saqueado a casa de Wolfe (o próprio Odin disfarçado em humano), matando sua mulher e sequestrando sua filha, enquanto Wolfe e seu filho Sigmund caçavam na floresta. Forçada pela brutalidade daquele homem a se casar, Sieglind encontrou nos braços do irmão o amor que nunca teve de outro jeito...mas corroida pelo remorso foge em desespero...Sigmund corre atrás dela....Hunding corre atrás dos dois e os encontra no alto do rochedo. A chuva cai furiosamente...os trovões parecem rochedos rolando no céu...os raios iluminam a cena da batalha.

Sigmund alcança Sieglind, e ela em desespero e já tendo alucinações desmaia em seus braços imaginando os cachorros do marido despedaçando seu amado irmão. Os dois nunca poderiam ficar jundos....mas que sina desgraçada a deles!
Brunhild se mostra a Sigmund...e apenas aos guerreiros prestes a morrer é dado poder ver uma valkyrja. Brunhild assegura Sigmund que ele irá para Valhalla onde os guerreiros mais honrados e valentes estarão esperando por ele para festejar. Mas Sieglind não poderá acompanhá-lo. Sigmund então dispensa o paraiso guerreiro, pois de nada vale sem o amor. Brunhild discute com ele, pois não há nada que se possa fazer, ele tombará em batalha! Mas ele se mostra irredutível, não pode abandonar Sieglind a qualquer sorte!

Movida pela compaixão do amor dos dois, e vendo a mesma teimosia do pai refletida nos olhos do meio-irmão, Brunhild toma uma decisão: protejerá Sigmund e Sieglind

Hunding chega. A batalha é feroz, mas Sigmund possui Notung (a espada que ele retirou do tronco do Freixo no meio da sala da casa de Hunding, que seu próprio pai tinha cravado no dia do casamento da irmã, para quando esse dia chegasse). Hunding é mais forte, mas Brunhild protege Sigmund. Em meio a batalha a valkyrja distrai o inimigo com clarões, e ele brada a Odin por ajuda.
Brunhild desesperada, deseja que a súplica do guerreiro não chegue aos ouvidos do pai, mas é em vão. Odin vem cavalgando Sleipnir, o cavalo mais veloz do mundo e chega em poucos instantes ao local da batalha. Com a face irada pela desobediência, afasta a valkyrja com um gesto bruto. Com sua própria lança despedaça a espada do filho que ele amava. Atônito, Sigmund esclama interiormente "meu pai, tiraste a vitória de minhas mãos!", no instante seguinte Hunding perfura-lhe o coração com sua espada e o mata.

Brunhild foge do local carregando Sieglind para longe da fúria do marido e do pai.

Ao ver Hunding feliz com a vitória, e procurar por Sieglind para matá-la, Odin não pode deixar de, num acesso de ira, fulminar o guerreiro também...e assim sai em perseguição de Brunhild.


O Castigo de Brunhild

É lógico que era questão de tempo até Odin alcançá-la. Brunhild procurou por suas irmãs para pedir socorro. Mas viu que apesar de amarem-na, nenhuma quis tomar parte na loucura que era desobedecer Odin. Vendo que Odin se aproximava, Brunhild coloca a desesperada Sieglind montada em seu cavalo Grane e a envia para os arredores da floresta onde habita o dragão Fafnir (único lugar onde Odin não se aproxima, por conta do acordo). Sieglind carregava no ventre um filho...e esse filho cumpriria a missão do pai: matar o dragão e recuperar o anel.

Parte Sieglind para seu destino, e uma vida muito difícil e cheia de provações, fica Brunhild em meio a suas irmãs, para enfrentar o pai. Odin chega ao alto da montanha onde as valkyrjor se encontravam, coberto de suor e com o semblante furioso. As valkyrjor se colocam ao redor de Brunhild para protegê-la da ira do pai, mas esse as afasta com um gesto: quem ousasse protegê-la teria o mesmo castigo que ele estava preparando para ela! Brunhild se adianta para enfrentar o pai, e assim ele lança sua sencença: Brunhild deixará de ser imortal, será condenada à curta vida de uma mulher comum, cardando lã, tecendo em frente ao fogo, sendo obrigada a se casar com o primeiro homem que a encontrar. As irmãs choram em desespero...Brunhild se curva diante de um castigo tão cruel. As valkyrjor acorrem para consolá-la, mas o deus as ameaça e elas fogem em seus cavalos, não suportando a dor de ver a irmã ser castigada tão injustamente.
Após muito suplicar e, por fim, a apelar para o orgulho monstruoso do pai possessivo, Brunhild consegue que ao menos chegue a ela apenas o homem mais corajoso, que deve atravessar um círculo de fogo que cercará o local onde ela ficará adormecida esperando para ser acordada. Brunhild desejava que Siegfried (filho de Sigmund) a encontrasse.
Para assegurar sua honra como deus, Odin concede que assim seja feito, deixa a filha no alto de uma montanha....beija seus olhos retirando assim sua imortalidade, e cerca a montanha com um anel feito pelo fogo do deus Loki.

Mas a saga de Brunhild não acabou por aqui...ela apenas começou...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O retorno à vida feita à mão, a cura dos instintos feridos


Leia o texto anterior - Sapatinhos Vermelhos


Na história, sabemos que a menina perde os sapatos vermelhos criados por ela mesma, aqueles que a faziam se sentir rica ao seu próprio modo. Ela era pobre, porém criativa. Estava encontrando seu jeito de ser. Havia passado da condição de não ter sapato nenhum à de ter sapatos que lhe proporcionavam um sentido de força espiritual apesar das dificuldades da sua vida concreta. Os sapatinhos feitos à mão são símbolos da sua ascensão de uma existência psíquica insignificante para uma vida emotiva projetada por ela mesma. Seus sapatos representam um passo enorme e literal no sentido da integração da sua engenhosa natureza feminina na rotina do seu dia-a-dia. Não importa que sua vida seja imperfeita. Ela tem sua alegria. Ela irá evoluir.O símbolo dos sapatos pode ser interpretado como uma metáfora psicológica. Eles protegem e defendem o que é a nossa base — os nossos pés. No simbolismo dos arquétipos, os pés representam mobilidade e liberdade. Nesse sentido, ter sapatos para cobrir os pés é ter convicção nas nossas crenças e ter os meios necessários para segui-las. Sem sapatos psíquicos, a mulher é incapaz de transpor ambientes subjetivos ou objetivos que exijam perspicácia, bom senso, cautela e firmeza.


O projeto psicológico para voltar ao nosso self de direito é o seguinte: tenha extrema prudência e cuidado no sentido de se soltar aos poucos na selva, instalando uma estrutura ética ou de proteção com a qual você tenha acesso a meios para medir se há um excesso de alguma coisa. (Geralmente você já é bastante sensível para detectar quando há falta de alguma coisa.)
Portanto, a volta à psique livre e selvagem deve ser empreendida com ousadia, mas também com ponderação. Em psicanálise, gostamos de dizer que, para que alguém possa realmente ajudar/promover curas, é tão importante aprender o que não fazer quanto o que fazer. A volta ao estado selvagem depois do cativeiro exige as mesmas precauções. Examinemos esse movimento mais de perto:


As armadilhas, arapucas e iscas envenenadas deixadas para a mulher selvagem são específicas à sua cultura. Relacionei aqui algumas que são comuns à maioria das culturas. Mulheres com formações religiosas e étnicas diversas terão outros insights específicos. O que estamos compondo é um mapa da floresta que habitamos, onde moram os predadores e qual é seu modus operandi. Diz-se que uma única loba conhece cada criatura do seu território num raio de quilômetros. É esse conhecimento que lhe permite viver com a maior liberdade possível.
A recuperação do instinto perdido e a cura do instinto ferido estão realmente ao nosso alcance, pois tudo volta quando a mulher presta mais atenção, ouvindo, olhando e pressentindo o mundo ao seu redor e, depois, agindo como vê os outros agindo, com competência, eficácia e dedicação. A oportunidade de observar outros que tenham instintos intactos é vital para esse resgate. Com o tempo, a observação, a atenção e o comportamento integrado transformam-se num modelo de ritmo próprio, um ritmo que se pratica até que ele seja reaprendido e volte a se tornar automático.

Se a nossa natureza selvagem foi ferida por alguma coisa, nós nos recusamos a nos deitar para morrer. Nós nos recusamos a trivializar esse ferimento. Invocamos os nossos instintos e fazemos o que tem de ser feito. A Mulher Selvagem é, por natureza, veemente e talentosa. No entanto, por ter sido separada dos seus instintos, ela é também ingênua, acostumada à violência, adaptável a ficar isolada tanto do pai quanto da mãe. Os amantes, as drogas, a bebida, o dinheiro, a fama e o poder não têm como abrandar os danos sofridos. No entanto, uma volta gradativa à vida instintiva tem condição de fazer isso. Para tal, a mulher precisa de uma mãe, uma mãe selvagem "boa o suficiente". E adivinhem quem está esperando para ser essa mãe? A Mulher Selvagem gostaria de saber o que está fazendo com que você demore tanto para chegar até ela, para realmente estar com ela, não apenas de vez em quando, mas com regularidade =).

Uma mulher braba é aquela que está querendo voltar para sua vida selvagem inata, não pode se dar o luxo de ser ingênua. Por estar voltando à sua vida inata, ela deve considerar os excessos com um olhar cético e ficar alerta para os custos que eles representam para a alma, a psique e o instinto. Como os filhotes de lobo, vamos decorar as armadilhas, como são feitas e de que modo são armadas. É dessa forma que permanecemos livres. Mesmo assim, os instintos não recuam sem deixar ecos e rastros de sentimento, que podemos seguir para resgatá-los. Embora uma mulher possa estar presa às garras de veludo da propriedade e das restrições, quer ela esteja a um passo da destruição decorrente dos excessos, quer tenha apenas começado a mergulhar neles, ela ainda assim ouve os sussurros do deus selvagem no seu sangue. Mesmo nas piores circunstâncias, como as descritas na história dos sapatinhos vermelhos, até os instintos mais prejudicados podem ser curados.

Para corrigir tudo isso, vamos ressuscitar a Mulher Selvagem na nossa natureza inúmeras vezes, sempre que o pêndulo estiver muito inclinado numa direção ou na outra. Vamos saber quando há motivos para preocupação, pois em geral o equilíbrio amplia a nossa vida enquanto o desequilíbrio a limita. Uma das coisas mais importantes que podemos fazer é compreender a vida, toda a vida, como um corpo vivo em si, provido de respiração, de renovação de células, mudança de pele e resíduos. Seria tolice se imaginássemos que o nosso corpo não tivesse resíduos mais de uma vez a cada cinco anos. Seria um absurdo pensar que, só porque comemos ontem, não deveríamos ter fome hoje. Trata-se de um disparate idêntico imaginar que, uma vez solucionada uma questão, ela permanece resolvida; que, depois que aprendemos algo, continuamos conscientes disso para todo o sempre. Não, a vida é um imenso organismo que cresce e diminui em áreas diferentes, com ritmos diferentes. Quando somos como o corpo, dedicando-nos ao crescimento, atravessando as piores situações, apenas respirando
ou descansando, estamos muito vivas, estamos imersas nos ciclos da Mulher Selvagem. Se pudéssemos perceber que a tarefa consiste em continuar trabalhando, seríamos muito mais brabas e muito mais pacíficas.

Conheço alguns escritores que têm este lema colado acima da sua escrivaninha. Conheço uma que o leva dobrado dentro do sapato. É um trecho de um poema de Charles Simic que serve de orientação definitiva para todas nós.

"Quem não sabe uivar não encontrará sua matilha."
Se você quiser reconvocar a Mulher Selvagem, recuse-se a ficar no cativeiro.
Com os instintos aguçados para ter equilíbrio, salte para onde bem entender, uive à vontade, apanhe o que estiver à mão, descubra tudo o que puder, deixe que seus olhos revelem seus sentimentos, examine tudo, veja o que puder ver. Dance usando sapatos vermelhos, mas certifique-se de que eles sejam os que você mesma fez à mão.
Você será uma mulher cheia de vida.

[Texto retirado do livro Mulheres que Correm Com os Lobos de Clarissa Pinkola Estés]

Pra quem tiver curiosidade ou estiver interessada, eu tenho em pdf...é só pedir^^