terça-feira, 30 de setembro de 2008

Por que as mariposas são atraídas pela luz?


Para entender esse fenômeno, você precisar saber sobre fototaxia. Fototaxia é o movimento automático de um organismo em direção ou em oposição à luz. As baratas são um exemplo de organismo negativamente fototáxico. Provavelmente, você já observou como elas voltam correndo para fendas e cantos escuros quando você acende a luz enquanto elas fazem a festa na sua cozinha. As mariposas são positivamente fototáxicas. Elas parecem encantadas pela luz da sua varanda, pelos faróis do seu carro ou por uma fogueira. Embora não haja nenhuma explicação definitiva para esse fenômeno, existem teorias interessantes.

Sabe-se que alguns tipos de mariposa migram e é possível que o céu noturno dê a elas dicas de navegação. A orientação vertical de uma mariposa pode depender, em parte, da claridade do céu em relação ao solo. Alguns lepidopteristas (pesquisadores de mariposas e borboletas) sugerem que as mariposas usam a lua como o principal ponto de referência e usam a capacidade de calibrar o percurso do vôo, uma vez que a rotação da Terra faz com que a Lua se movimente no céu. Há uma clara evidência que sustenta a teoria de que as mariposas migrantes têm um sistema de bússola geomagnética que as guia na direção correta. Assim, a atração de uma mariposa por luz artificial ou fogueira poderia estar relacionada à orientação e levar à desorientação - a mariposa não estava "esperando", de fato, chegar "à lua" (a fonte de luz) ou poder voar acima dela, daí a confusão.

É possível também que as mariposas tenham um mecanismo de rota de escape relacionado à luz. Imagine-se rompendo um arbusto cheio de mariposas à noite - elas voam para fora do arbusto em direção ao céu. Para uma mariposa em perigo, voar em direção à luz (normalmente para cima) tende a ser uma resposta mais vantajosa do que voar em direção ao escuro (em geral, para baixo).

As mariposas são mais sensíveis à extensões de onda de luz - ultravioleta, por exemplo - do que a outras. Uma luz branca atrairá mais mariposas do que uma luz amarela. O amarelo é uma extensão de luz a qual as mariposas não respondem.

Outra pergunta interessante é: por que as mariposas permanecem nas luzes? Os olhos de uma mariposa, assim como os olhos humanos, contêm sensores de luz que se ajustam de acordo com a quantidade de luz detectada pelos sensores. Com bastante iluminação, a luz de cada uma das milhares de facetas das lentes de foco fixo da mariposa é canalizada para o próprio sensor - omatídeo. Com pouca iluminação, a luz de várias lentes é canalizada para o mesmo omatídeo a fim de diminuir a sensibilidade à luz. Provavelmente, você já passou pela experiência de ter alguns momentos de cegueira ao ligar uma luz clara depois que seus olhos estavam ajustados à escuridão ou quando entra repentinamente em um ambiente escuro depois de estar em uma luz clara. O mecanismo de adaptação ao escuro de uma mariposa responde muito mais lentamente que seu mecanismo de adaptação à luz. Depois que a mariposa chega perto de uma luz clara, ela pode ter dificuldades em sair dali, porque voltar para a escuro a deixa cega por muito tempo. Se uma mariposa escapar, ela não vai se lembrar do problema enfrentado com um vôo tão perto da luz e, provavelmente, vai enfrentar a mesma situação novamente.

Outra explicação possível para o fato de as mariposas permanecerem na luz é que elas são criaturas quase que exclusivamente noturnas e eventualmente respondem à luz da mesma forma que fariam com o sol - ajeitando-se para o "sono" diurno.

[@] Retirado do site http://ciencia.hsw.uol.com.br/questao675.htm

terça-feira, 23 de setembro de 2008

)O( Ostara )O( -Equinócio Vernal-


Uma vez há muito tempo, quando a Deusa andava jovem sobre a Terra, ela foi chamada Ostara. E o tempo de Ostara era um tempo de flores e deleite, cores e cheiros, e sabores que faziam os sentidos acordarem para o genuíno prazer de existir.

E havia uma canção que se ouvia nessa época, a sinfonia dos diversos cantos dos animais no cio, a doce música dos ronronados, grunhidos, mugidos, trinados de pássaros, que prometia delícia e continuação da vida.

Ostara caminhava cercada de animais, com aves em volta e dançava pelos campos coberta de flores. Todos a amavam e como se podia deixar de amar a personificação de tempo tão feliz e afável?

Mas um dia, já ao final do verão, Ostara olhou para a Lua Cheia no céu e seu coração se encheu de saudade dos Templos da Lua. Naquele momento ela decidiu que iria ver novamente a Senhora dos Céus... E ,sem aviso, livre e impulsiva como toda donzela, partiu.....

No dia seguinte todos a procuraram em vão, e as flores começaram a murchar, o vento ficou mais triste e mais lúgubre seu assobio, a terra esfriou e os animais já não cantavam suas canções de alegria...

De todos os animais o que mais sentia a falta de Ostara era a lebre. Quando ela partiu os animais comentavam que a jovem tinha ido para a Lua e toda noite a lebre olhava para o céu em busca de sua senhora amada. Viu muitas vezes a Lua diminuir e crescer e sua saudade aumentava no peito, tinha que haver um meio de pedir à senhora que voltasse! Não era possível viver sem ela! E o coraçãozinho da lebre apertava no peito, uma angústia terrível que ela não sabia como expressar....

Nessa aflição, uma noite, de Lua Cheia, a lebre subiu a uma alta colina, pretendendo estar mais perto de sua senhora Ostara. Fazia muito frio e a neve tornava difícil andar. Era uma noite triste e a tristeza do animalzinho não tinha modo de se expressar... mas naquela noite também subiu a colina uma alcatéia. Os Lobos se postaram em círculo e quando o disco lunar apareceu ,enorme, um coro de uivos se elevou majestoso...

A lebre acordou de sua tristeza e frio... Pensou : “Ora, se todos os animais chamassem assim, bem alto, Ostara vai nos ouvir, vai ouvir nossa tristeza e voltar!” e a partir daquele momento ela se empenhou em aprender a uivar....

Se você acha que foi pouco o esforço da pequena lebre, não a subestime... ela tentou muitas vezes, noite após noite, mas ela não era um lobo! Mesmo assim , uma noite, quando a Lua cheia apareceu, ela fez um esforço supremo e começou a uivar! Sim , ela uivava bem alto! E ensinou o mesmo a todas as lebres...

Perdida nos sonhos da Lua, Ostara acordou com um som diferente... Quem uivava para a Lua agora? Não eram os animais conhecidos! Olhando o que havia na Terra, a jovem Ostara se comoveu com a lebre e logo entendeu o esforço e o amor por detrás daquela nova canção.

Naquela noite Ostara decidiu retornar a Terra e, com sua chegada, o tempo esquentou, as cores voltaram e a cada passo seu as flores brotavam em profusão... As canções se faziam novamente ouvir e dentre todos os animais, Ostara pegou a pequena Lebre em seus braços e a colocou, gentil, no colo... disse a ela: “Pequena amiga, obrigada pelo seu amor ! O que você deseja como recompensa?”.

A lebre, embevecida de amor e tonta com a beleza da donzela, respondeu: “Senhora, a única coisa que quero é que da próxima vez seja mais fácil chamá-la de volta!”

Ostara pensou por um momento e depois concedeu à lebre o dom de se transformar em um pássaro mensageiro, pois quando fosse tempo de despertar de seu sono da Lua, a lebre, mudada em pássaro, poderia alçar vôo e alcançar a Lua, chamando-a e dando à terra a certeza de que Ostara sempre voltaria.

E Ostara acrescentou: “Pequena lebre – a você, que já é tão fértil, concedo, na forma de pássaro a guarda dos ovos sagrados que são a chave da continuidade da vida... Que você seja deles a guardiã e os distribua entre as pessoas quando necessário, mostrando a elas todas as possibilidades, que são meu poder e minha dádiva.”

E desse momento em diante, a lebre distribui os ovos de Ostara, como recompensa de amor e dedicação.
Aquela primavera foi feliz e todos se alegraram sabendo que, mesmo que o inverno chegasse, um dia a lebre buscaria Ostara de volta.