Mostrando postagens com marcador Arqueologia Pagã. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Arqueologia Pagã. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O Mais Antigo Calendário Encontrado em um Campo Escocês


Pesquisadores da Universidade de St Andrews fizeram parte da equipe que analisou o monumento Mesolítico originalmente escavado em Aberdeenshire pelo National Trust for Scotland, em 2004.

Sua pesquisa está publicada na revista Internet Archaeology e lança nova luz sobre o dispositivo luni-solar.

A equipe, liderada pela Universidade de Birmingham, acredita que o "calendário" foi criado por sociedades de caçadores-coletores e é anterior aos primeiros dispositivos formais de medição de tempo conhecidos pela humanidade, encontrados no Oriente Médio, por quase 5.000 anos.

A capacidade de medir o tempo está entre as mais importantes realizações humanas e a questão de quando o tempo foi "criado" pela humanidade é fundamental na compreensão de como a sociedade se desenvolveu.

Até agora, os primeiros calendários formais parecem ter sido criados na Mesopotâmia cerca de 5.000 anos atrás. Mas durante este projeto os pesquisadores descobriram que um monumento criado em Aberdeenshire a cerca de 10.000 anos atrás, parece imitar as fases da Lua, a fim de acompanhar meses lunares ao longo de um ano.

O sítio, em Warren Field, Crathes, também alinha o amanhecer do Solstício do Inverno, proporcionando uma correção astronômico anual, a fim de manter o vínculo entre a passagem do tempo, indicado pela lua, o ano solar assíncrono e as estações associadas.

Dr. Richard Bates, professor da Faculdade de Geografia e Geociências da Universidade de St Andrews, disse:
"St Andrews tem uma reputação estabelecida para estudos de sensoriamento remoto dos primeiros sítios pré-históricos na Escócia, mas o local em Warren Field é único.
Ele fornece novas evidências emocionantes para o início Mesolítico, na Escócia, demonstrando a sofisticação dessas sociedades primitivas e revelando que há 10.000 anos atrás caçadores-coletores construíram monumentos que os ajudaram a controlar o tempo.
Este é o primeiro exemplo desse tipo de estrutura e não há local comparável conhecido na Grã-Bretanha ou na Europa por vários milhares de anos após o monumento de Warren Field ser construído."

O líder do projeto Vince Gaffney, professor de Arqueologia da Paisagem da Universidade de Birmingham, acrescentou:
"A evidência sugere que as sociedades de caçadores-coletores, na Escócia, tinha tanto a necessidade quanto a sofisticação para controlar o tempo ao longo dos anos, para corrigir o desvio sazonal do ano lunar, e isso ocorreu cerca de 5.000 anos antes dos primeiros calendários formais conhecidos no Oriente Médio.
Ao fazê-lo, isso ilustra um passo importante para a construção formal do tempo e, portanto, a própria história."

O sítio de Warren Field foi descoberto pela primeira vez como pontos de marcas de corte incomuns pela vista aérea pela Comissão Real nos Monumentos Antigos e Históricos da Escócia (RCAHMS).

Dave Cowley,  gerente dos projetos do Levantamento Aéreo no RCAHMS, disse:
"Temos tirado fotografias da paisagem escocesa por quase 40 anos, registrando milhares de sítios arqueológicos que nunca foram detectados a partir do solo.
Warren Field destaca-se como algo especial, no entanto. É notável pensar que nosso levantamento aéreo pode ter ajudado a encontrar o lugar onde o próprio tempo foi inventado. "

Clive Ruggles, professor emérito de Arqueoastronomia da Universidade de Leicester, que o aconselhou a equipe, disse:
"O sítio não marca particulares nascer da lua, pois as mudanças nos padrões da lua são complexos demais - o argumento é que ele representa uma combinação de vários ciclos diferentes que podem ser usados ​​para controlar o tempo simbólica e praticamente.
Há certamente sociedades de caçadores-coletores que usam os ciclos da fase da lua para ajudar a sincronizar diferentes atividades sazonais , mas é notável que este poderia ter sido monumentalizado em um período tão cedo."

De 2004 a 2006 o National Trust for Scotland escavou as covas do alinhamento de Warren Field, que fica em sua propriedade Crathes Castle, em colaboração com Serviços Arqueológicos Murray.
Arqueólogo da Trust for Scotland Oriental, Dr. Shannon Fraser, disse:
"Este é um monumento notável, que é até agora único na Grã-Bretanha. Nossas escavações revelaram uma visão fascinante sobre a vida cultural do povo cerca de 10.000 anos atrás - e agora esta última descoberta enriquece ainda mais a nossa compreensão de sua relação com o tempo e os céus ".

Dr. Christopher Gaffney, da Universidade de Bradford, acrescentou:
"Para as comunidades pré-históricas de caçadores-coletores, saber que os recursos alimentares estavam disponíveis em diferentes épocas do ano foi crucial para a sobrevivência. Essas comunidades contavam com animais migratórios de caça e as conseqüências da falta desses eventos eram fome potencial. Eles precisavam observar cuidadosamente as estações para estar preparados para quando esse recurso alimentar passasse, então a partir dessa perspectiva, a nossa interpretação deste sítio como um calendário sazonal faz sentido. "

[@] Traduzido do site University of St. Andrews

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A Peregrinação do Caminho Céltico de Brigid e Alinhamento

A Peregrinação do Caminho Céltico de Brigid conecta dois locais sagrados para a deusa dos Tuatha Dé Dannan, e posteriormente santa, Brigid. Como santa, é dito que Brigid nasceu em Faughart, próximo a Dundalk, e fundou seu monastério em Kildare. Foi durante a pesquisa para Ilha do Sol Poente: Em Busca dos Antigos Astrônomos Irlandeses, que um fascinante alinhamento foi parcialmente descoberto.

Naquele tempo, Richard Moore e eu nos tornamos curiosos sobre a chegada de São Patricio, e do por que em particular ele escolheu a Colina de Slane para acender o Fogo Pascal. Richar percebeu que quando ele estava na Colina de Tara, olhando para a Colina de Slane, a mais distante colina do Monte Oriel, próximo a Collon, parecia estar em alinhamento direto com Tara e Slane.

Descobrimos que naquele tempo Patricio acendeu o fogo em Slane em março de 433 e.c. A constelação de Cisne estava se elevando sobre Slane. O simbolismo era forte. O novo fogo do cristianismo, cujo principal símbolo era a cruz, foi anunciado em um profundo momento cósmico. Mas havia mais nesse alinhamento, como eu viria a descobrir depois.

Enquanto pesquisavamos para a segunda edição de Ilha do Sol Poente, descobri que estendendo a linha para o norte trouxe ela por todo o caminho até Faughart, e exatamente para um poço em um cemitério no topo de uma colina dedicada a Brigid. Estendendo a linha na outra direção, descobri que ela se alongava por todo o caminho até Curragh, que é fortemente associada com Santa Brigida como o lugar onde ela colocou sua capa e magicamente cobriu toda a planície. Nesse caminho de Faughart até Curragh, o alinhamento passou precisamente através de alguns outros sítios antigos, como é mostrado no vídeo abaixo:



Em 2012 dei uma palestra sobre o alinhamento de Brigid em Dundalk, que contou com a presença de Dolores Whelan, entre outros, que dirige um festival anual a Brigid de Faughart, e outra mulher chamada Karen Ward, que dirige o centro Slí an Chroí (Caminho do Coração) em Dublin com seu marido John. Tão fascinadas ficaram Dolores e Karen pelo alinhamento e sua precisão incrível, que decidiram fundar uma nova peregrinação Céltica, seguindo a rota desde Faughart até Kildare. Elas chamaram de “Caminho de Brigid”, e foi apelidado de “Camino Irlandês”.

A primeira peregrinação pela rota tomou lugar em Julho de 2013, e pessoas da Irlanda, Estados Unidos e até mesmo Austrália fizeram parte, por um período de nove dias. A peregrinação inaugural coincidiu com um dos melhores climas de verão experimentados na Irlanda por muitos anos, com uma onda de calor e temperaturas de até 20º em todos os dias da caminhada. Foi uma profunda experiência para algumas pessoas que fizeram parte. O principal objetivo da peregrinação foi o despertar e revigorar do divino feminino e trazer algum equilíbrio para a atual situação na Irlanda, que pode apenas ser descrita como um desafio em muitos níveis

[@] Retirado de Mythical Ireland

domingo, 6 de setembro de 2009

[Göbekli Tepe- O mais antigo monumento circular]

[continuando...]
[Göbekli Tepe- Turquia]

Bom...voltando aos monumentos monolíticos...

Monumentos de pedra são encontrados espalhados por várias partes do Velho Mundo. Feitos de vários tipos de rochas, geralmente pesando toneladas, por muitos anos a tecnologia usada para a construção, e até mesmo qual utilidade eles tinham, eram fontes das teorias mais estrombólicas. De pouso de nave espacial...passando por calendário...templo...túmulo. Todos eles tem em comum algum alinhamento estelar e sazonal (marcando onde o sol surgiria nos equinócios e solstícios). Na verdade nem todos são circulares, mas alguns chegam a ser meio ovais também.

O mais antigo monumento circular encontrado, datando de aproximadamente 9.000 a.e.c, situa-se no topo de uma colina camada Göbekli Tepe (Monte com Barriga), na Turquia. Arqueólogos norte-americanos já tinham reparado, em 1964, que essa colina não poderia ser inteiramente natural, mas presumiram que as anomalias no terreno eram apenas um antigo cemitério bizantino abandonado. Desde 1994 escavações tem sido feitas sob a direção de um arqueólogo alemão, Klaus Schmidt, que afirmou que os fragmentos que encontrou no alto do monte fizeram com que ele tivesse certeza que se tratasse de um sítio pré-histórico.
[Colunas em forma de "T"]

Antes disso o monte estava ocupado por culturas agrícolas. Gerações de habitantes locais frequentemente moviam rochas e as empilhavam para limpar o terreno e muita evidência arqueológica pode ter sido destruída no processo. Acadêmicos da Universidade Karlsruhe de Ciência Aplicada começaram a documentar os restos arquitetônicos. Logo foram descobertos pilares em forma de T, alguns dos quais apresentando sinais de tentativas de esmagamento.

As escavações sugerem que Göbekli Tepe era um local de culto aos mortos, o mais antigo descoberto até hoje. Os monolitos são decorados com relevos esculpidos de animais e pictogramas abstratos. Esses sinais não podem ser classificados como escrita, mas podem representar símbolos sagrados amplamente compreendidos, por analogia com outros exemplos de arte rupestre do neolítico.

Os relevos representam leões, touros, raposas, gazelas, burros, serpentes e outros répteis, insetos, aracnídeos e pássaros, particularmente abutres e aves aquáticas. Abutres aparecem com destaque na iconografia de Çatalhüyük não muito longe dali. Acredita-se que nas culturas neolíticas do sudeste da Anatólia os mortos eram deliberadamente expostos para serem devorados por abutres e depois enterrados. (A cabeça do cadáver era às vezes removida e preservada - possivelmente como um sinal de culto aos ancestrais).
[colunas com relevo de animais]

Poucas formas humanóides foram desenterradas em Göbekli Tepe mas estas incluem relevos de uma Venus accueillante — o termo de Schmidt para uma mulher em uma pose sexualmente provocativa — e pelo menos um cadáver decapitado cercado de abutres. Alguns dos pilares em forma de 'T' tem 'braços' esculpidos, o que pode indicar que eles representam humanos estilizados. Outro pilar é decorado com mãos humanas no que poderia ser interpretado como um gesto de oração, com uma estola ou sobrepeliz gravada acima, o que pode representar um sacerdote.

[Venus accuillante] [Mais antiga imagem masculina, 13.500 a.e.c]

[Esquematização de como seria a construção]

Fonte: Wikipédia
Göbekli Tepe
Mathilda's Anthropology Blog

sábado, 5 de setembro de 2009

[Megalítos...Neolítico...]

[Cromeleque de Almendre- Portugal]

A história da humanidade é um mistério...pelo menos do meu ponto de vista, apesar de todos os estudos, ainda existem muitas lacunas. E também apesar do meu ponto de vista bem negativista em relação a civilização humana (diga-se de passagem, sua completa falta de respeito e degradação ambiental)...ainda assim...eu acho a história fantástica! Que incrível! Pessoas nômades...morando em cavernas, raciocinando, criando arte, criando cultos e se socializando. Uma evolução fantástica (apesar de tudo). Quantas civilizações surgiram e criaram coisas magníficas, construções e ciências, músicas, danças, toda uma cultura e então desapareceram sem deixar vestígios...restando apenas (ocasionalmente quando é encontrado) os próprios ossos...alguns objetos e construções. Algumas dessas contruções fascinantes são ainda encaradas como mistérios: os monumentos de pedra.

É dito que a pré-história é o período da história que antecede a invenção da escrita, que ocorreu em aproximadamente 4.000 A.E.C (antes da era comum). Época em que foi feita aquela tábua de argila contendo a Epopéia de Gilgamesh, rei sumério da cidade de Uruk. A Suméria posteriormente se tornou a Babilônia.
[Tábua de Gilgamesh]

Também pode ser contextualizada para um determinado povo ou nação como o período da história desse povo ou nação sobre o qual não haja documentos escritos. Assim, no Egito, a pré-história terminou aproximadamente em 3500 a.e.c., enquanto que no Brasil terminou em 1500 e na Nova Guiné ela terminou aproximadamente em 1900. Para muitos historiadores o próprio termo "pré-história" é errôneo, pois não existe uma anterioridade à história e sim à escrita.

Uma vez que não há documentos dos momentos da evolução humana antecedentes a 4.000 a.e.c., seu estudo depende do trabalho de arqueólogos ou antropólogos, como por vezes de outros cientistas, que analisam restos humanos e utensílios preservados para determinar o que acontecia.

Pelos estudos arqueológicos e científicos, considera-se que os seres humanos surgiram no continente da África. O Homo Sapiens surgiu a 200.000 a.e.c! Descendendo do Homo erectus, e teria colonizado a Eurásia e a Oceania há 40.000 anos, colonizando as Américas apenas há 10.000 anos. A recente (2003) descoberta de outra subespécie diferente da atual Homo sapiens sapiens, o Homo sapiens idaltu, na África, reforça esta teoria, por representar um dos elos perdidos no conhecimento da nossa evolução.
[Mapa das primeiras migrações humanas com base em análise de DNA mitocondrial. Planisfério está centrado no Polo Norte]

O Homo sapiens ocupou o lugar do Homo neanderthalensis, do Homo floresiensis e de outras espécies descendentes do Homo erectus (que colonizou a Eurasia há já 2 milhões de anos) devido à sua superior capacidade de reprodução e maior competitividade pelos recursos naturais.

A mais ou menos 25.000 a.e.c, na França já havia um culto à Deusa. O sítio arqueológico de Laussel comprova isso. Nesse sítio foi encontrada uma caverna onde havia uma rocha entalhada. Nessa rocha, uma mulher segurava com a mão direita um chifre com 13 entalhes (as 13 luas do ano) e com a mão esquerda ela tocava a barriga. O entalhe foi feito de maneira a encaixar o ventre da mulher na protuberancia da rocha, dando um efeito visual de uma mulher grávida com o ventre em relevo. A rocha estava coberta com um pigmento vermelho ocre...indicando sua importância, descartando a hipótese de ser uma mera imagem comum. Aliás haviam vários objetos de culto, oferendas, e uma imagem espelho dessa...que teria sido roubada (seria a filha da deusa?).
[Venus de Laussel- França]


[continua...]

Fontes: Wikipédia
Homo Sapiens
Vênus de Laussel
Pré-História
Gilgamesh